CAETANO VELOSO I: O LEÃO TÍMIDO

Caetano subiu no palco e ficou ali coçando, timidamente, a cabeça. Abriu um sorriso meio de lado, agradeceu e parou junto ao microfone. A bandinha de Rock Argentino era o motivo das vaias, embora Caetano também tivesse uma parcela de energia das vozes. Não falou nada, ficou parado, escutando, sorrindo. O sorriso dele combatia ferozmente as centenas de gritos disparados continuamente. Combateu e venceu. Os braços se remexeram num atômico aplauso ensurdecedor. O povo amava Caetano, o povo não resistia a seu sorriso, a sua voz. Essa voz que entrou "caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento" mais parecia a marcha da vitória, Caetano venceu o bravíssimo e emocionanete ponteador Edu Lobo, o troféu moral era dele. Alegria, Alegria acabou em quarto, mas venceu. Penso que essa primeira fase, minha, de Caetano é essa, bem no inicinho de tudo. Com a voz mais bruta e a emoção mais latente.
Foi também aí que os Doces Bárbaros entraram em cena: Gil, Bethânia, Gal e Caê, juntos! Não que eles fossem hippies ou adeptos da Contracultura, nada disso, ali foi fundado algo completamente novo. A coisa ali era da terra, a brasilidade, o regionalismo. A minha música preferida de toda minha vida Caetanística é, justamete, Os Mais Doces Bárbaros, adivinhem a razão?! A ida para Londres também fica inclusa nessa parte, que acaba aqui.

Minhas Caetanices dessa Primeira Fase:
CD: Caetano Veloso (1968)

Música marcante: Alegria, Alegria
Minha Preferida: Os Mais Doces Bárbaros
Foto:

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