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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Poucas verdades

Não preciso te acordar ou ser acordado todos os dias com uma sms para que saibas o que eu amo, o que eu amava, o que amarei ou o que deixei de amar em você. Não preciso colocar uma bandeja em cima do seu colo com suas guloseimas prediletas, enquanto te dou um beijinho na testa, e saio pra trabalhar.
Não preciso deixar um bilhete na geladeira com um “Eu Te Amo” escrito com caneta Bic vermelha, preso com um imã de joaninha feito de biscuit, não preciso. Não preciso te ligar na hora do meu almoço pra falar que comi salmão e aprendi a usar o hashi, e nem que quase fui atropelado porque atravessei com o farol verde.
Eu também não preciso te mandar e-mails todos os dias perguntando o que você fará no final do dia, pois eu sei que em todos os finais de dia estão nos seus planos me encontrar. Não preciso perguntar se quer ir ao cinema ver uma nova comédia romântica super-clichê, da qual não prestaremos atenção no enredo, pois estaremos preocupados em falar como o ator ‘X’ envelheceu e como a atriz ‘Y’ engordou.
Não preciso te ligar nos finais de semana para saber se você está com saudades, pois eu sei que está (já que eu também estou), e morri de ansiedade roendo todas as minhas unhas enquanto aguardava uma ligação sua, a mesma que eu acabei fazendo, pois nunca soube esperar. Não preciso perguntar se quer ir comigo trocar uma roupa no shopping, pois mesmo cansando de me ver trocar tudo o que compro, e fazendo uma cara emburrada, eu sei que você fica feliz enquanto fico provando roupas na sua frente.
Não preciso pedir pra dormir de conchinha comigo, pois antes d’eu pensar na hipótese, você já deixou a minha cama arrumada para que caibamos nós dois. Não preciso combinar de irmos ao parque num domingo ensolarado para tirarmos fotos rolando na grama, pois você sempre aparece com a câmera quando o dia mal amanheceu. Não preciso de filmes em noites chuvosas com pipoca e edredom, nem de que você cuide de mim quando estou com a sinusite atacada ou a enxaqueca não quer passar.
Não preciso de passeios com balões coloridos, sorvetes de vários sabores, balas de goma ou jujubas. Não preciso mesmo. Não preciso de nada disso. Não precisa.
Eu não preciso te escrever um texto bonito para que você saiba o que eu sinto, nem muito menos gritar aos quatro ventos o que eu deixei de sentir. Eu preciso apenas de uma coisa: não ter você, pois só assim eu saberei do que preciso.

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