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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Logo.

A música muito alta, mais, muito mais alta. Preciso algo com que encher minha cabeça. Algo que não sejam sonhos desses tontos que a gente esquece ao acordar. Algo que não me arranque o interior pouco a pouco. Dançar a noite inteira, esquecer o mundo por um momento. Desfazer-me de todas as lembranças que vou deixando nas paredes do quarto, ou em caixinhas de madeira que as vezes me dá medo abrir. Não voltar correndo como tenho feito todo esse tempo.

Ser firme em minhas decisões, ainda que seja por apenas uma vez. E que o coração grite o quanto queira, que me faça soltar as lágrimas de repente e em seguida morrer de dor, tanto faz, desta vez aí se mantenha. Não sei quanto mais se podem aguentar as viagens cheias de músicas tristes e pensamentos que se perdem entre as gotas que caem sobre o vidro. É como se repetisse tudo mil vezes, a cada qual pior. Como se caminhasse no meio da escuridão, em uma casa que não conhece e como se tudo estivesse cheio de paredes e não pudesse estender seus braços para deter o impacto. São sensações que não é possível descrever porque não há metaforas exatas que personifiquem a tristeza mais cinza. Nem se quer uma imagem do céu que se observa pela janela e das tormentas que decidiram sacudir a cidade seriam suficiente. E como se enfrenta com algo que você desconhece? Como conseguir sorrir sem que te sigam cravando esse espinho? Algo que tenho que descobrir. Logo.

2 comentários:

  1. Rafael

    Que escrita linda...

    Admiro você. "Como conseguir sorrir sem que te sigam cravando esse espinho? Algo que tenho que descobrir"

    Lindíssimo

    Beijo

    Carla

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  2. Carla,muito obrigado rs
    abraços,beijos e tudo de bom pra ti.

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