quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Passado
Minha, sua, nossa vida em uma frase
Postado por Pedro Alcamand Mota (05/09/2010 a 19/10/10)
Ferreira Gullar em foco
os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos
eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
certas sinfonias
algum bater de portas,
ventanias
Ausentes
de corpo e alma
misturam o seu ao nosso riso
se de fato
quando vivos
acharam a mesma graça
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Até onde o consumo vai
Postado por Pedro Alcamand Mota (05/09/2010 a 19/10/10)
Situacionismo II - Manifesto Situacionista
Uma nova força humana, que o status existente não poderá reprimir, cresce a cada dia com o irresistível desenvolvimento técnico e com a insatisfação de sua utilização possível em nossa vida social privada de sentido.
A alienação e a opressão na sociedade não podem ser mantidas em nenhuma de suas variantes, mas sim, apenas rejeitadas em bloco com essa mesma sociedade. Todo progresso verdadeiro fica evidentemente suspenso até que a multiforme crise atual encontre uma solução revolucionária.
Quais seriam as perspectivas de organização da vida numa sociedade que, de maneira autêntica, "reorganizasse" a produção sobre a base de uma associação livre e igualitária de produtores? A automatização da produção e a socialização dos bens vitais reduzirão cada vez mais o trabalho como necessidade exterior e proporcionarão, finalmente, plena liberdade ao indivíduo. Desse modo, liberto de toda responsabilidade econômica, de todas as suas dívidas e culpas com relação ao passado e ao seu próximo, o homem terá à sua disposição uma nova mais-valia incalculável em dinheiro, pois essa mais-valia não pode ser reduzida à medida do trabalho assalariado: o valor do jogo, da vida livremente construída. O exercício dessa criação lúdica é a garantia da liberdade de cada um e de todos no âmbito da única igualdade garantida com a não-exploração do homem pelo homem. A libertação do jogo é a sua autonomia criativa, que supera a velha divisão entre o trabalho imposto e o ócio passivo.
A Igreja queimou, em outras épocas, supostos bruxos para reprimir as tendências lúdicas primitivas conservadas nas festas populares. Na sociedade dominante de hoje, que produz em massa desconsolados pseudo-jogos de não-participação, uma atividade artística verdadeira é forçosamente classificada no campo da criminalidade. É semiclandestina. Aparece sob a forma de escândalo.
O que é isso, na verdade, a não ser a situação? Trata-se da realização de um jogo superior, mais exatamente, da provocação para jogar esse jogo que constitui a presença humana. Os jogadores revolucionários de todos os países podem unir-se à I.S. a fim de começar a sair da pré-história da vida cotidiana.
A partir de agora, propomos uma organização autônoma dos produtores da nova cultura, independente das organizações políticas e sindicais existentes no presente momento, pois nós negamos a capacidade de se organizar outra coisa a não ser o acondicionamento do existente.
O objetivo mais urgente que estabelecemos para para uma primeira campanha pública dessa organização quando ela sair de sua fase experimental inicial é a tomada da U.N.E.S.C.O. A burocratização unificada, em escala mundial, da arte e de toda a cultura é um fenômeno novo, que expressa o profundo parentesco entre os sistemas sociais coexistentes no mundo, que se baseiam na conservação eclética e na reprodução do passado. A resposta dos artistas revolucionários a essas novas condições deve ser um novo tipo de ação. Como a existência mesma dessa concentração direcionada da cultura, localizada num único edifício, favorece a sua confiscação por meio de um putsch; e como a instituição carece completamente de possibilidades de um uso que tenha sentido fora de nossa perspectiva subversiva, sentimo-nos justificados, diante dos nossos contemporâneos, para nos apoderarmos de um tal aparato. E o faremos. Estamos decididos a nos apoderar da U.N.E.S.C.O., ainda que seja por pouco tempo, já que estamos seguros de nela realizar, rapidamente, uma obra que permanecerá como a mais significativa, pelo fato de esclarecer um longo período de reivindicações.
Quais deverão ser principais características da nova cultura, principalmente em comparação com a arte antiga?
Contra o espetáculo, a cultura situacionista realizada introduz a participação total.
Contra a arte conservada, é uma organização do momento vivido diretamente.
Contra a arte fragmentária, será uma prática global que conterá, de uma só vez, todos os elementos utilizados. Tenderá naturalmente para uma produção coletiva e, sem dúvida, anônima (na medida em que, ao não armazenar as obras como mercadorias, dita cultura não estará dominada pela necessidade de deixar marcas). Suas experiências se propõem, no mínimo, a realizar uma revolução do comportamento e um urbanismo unitário dinâmico, susceptível de se estender para todo o planeta; e de se propagar, em seguida, para todos os planetas habitáveis.
Contra a arte unilateral, a cultura situacionista será uma arte do diálogo, da interação. Os artistas - como toda a cultura visível - chegaram a estar completamente separados da sociedade, assim como estão separados entre si pela concorrência. Porém, inclusive antes que o capitalismo ingressasse nesse pântano, a arte era essencialmente unilateral, sem resposta. Essa era encerrada em seu primitivismo será superada graças a uma comunicação completa.
Até que todo o mundo chegue a ser artista num plano superior, isto é, inseparavelmente produtor-consumidor de uma criação cultural total, assistiremos à dissolução rápida do critério linear de novidade. Quando todo o mundo for situacionista, por assim dizer, assistiremos a uma inflação multidimensional de tendências, de experiências, de "escolas" radicalmente diferentes, e isso não mais sucessivamente, mas sim, simultaneamente.
Inauguramos agora o que será, historicamente, o último dos ofícios. O papel de situacionista, de leigo-profissional, de anti-especialista, é, no entanto, uma especialização até o momento de abundância econômica e mental em que todo o mundo chegará a ser "artista", num sentido que os artistas não alcançaram: a construção de sua própria vida.
Aos que não nos comprenderam bem... dizemo-lhes com um irredutível desprezo: os situacionistas, de quem vocês acreditam ser juízes, os julgarão mais cedo ou mais tarde. Nós os esperamos na mudança de sentido que é a inevitável liquidação do mundo da escassez em todas as suas formas. São esses os nossos objetivos, e serão os futuros objetivos da humanidade.
17 de maio de 1960
Vilma do Chefe
"O meio ambiente é, sem duvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável."
Desencontro
Renato Russo em foco
''Vamos celebrar
A estupidez de todas as nações
Postado por Pedro Alcamand Mota (05/09/2010 a 19/10/10)
Drummond em foco
"Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver."
Para dialogar
- Você me acha belo?
- Não, desculpe.
- Quer dizer que eu sou feio?
- Sim.
- Pelo menos sou um feio bem executado?
- Acho que sim.
- Então é como se eu fosse belo.
- É, talvez.
Para me satirizar
Três galinhas poedeiras se contorcem
Esbugalham os olhos, ficam roxas
Postos três ovos, mortas três galinhas
Três
Cadáveres
Penosos
Estateladas no chão em prol dos pintos
As galinhas deram luz aos filhotes
Mas os filhotes sequer veem a luz
Três
Omeletes
Pintados
Dessa história triste vem a moral
As galinhas sem laços familiares
São as que põe os melhores omeletes
Três
Tercetos
Poéticos
Para me apresentar
A patologia é o que move o mundo
Nessa busca o ser se torna rotundo
Depois do bacanal o ser se acalma
Sente-se inserido, informação quente
Para começar
Na verdade é muito simples
Duas caras de um mesmo amor
Ele queria um paletó caqui, ela um longo vermelho de um estilista caro. Na verdade, o que ele queria mesmo era o status que aquele paletó o dava. Um ar de senhor importante, mesmo não tendo nem onde cair morto! Gostava de Bossa Nova publicamente, mas sozinho preferia um Tango de Gardel. Torcia mais contra o Félix Esporte Clube que a favor do seu tão amado Regione, torcedor de assiduidade comprovada. Assim era sua vida, uma grande mentira. Um mundo que criara para tentar mostrar o que queria ser quando era pequeno, quando sonhava.
Pediu a mãe que fechasse seu espartilho no máximo, suspirou e prendeu o ar fundo, fez um "vai"com a mão. Pegou um channel de bico fino, lindo, ela pensou. Pegou o chapéu, ela desceu as escadas. Tirou a chave e o relógio de bolso, ela acenou um tchau e mandou um beijo. Olhou as horas e abriu a porta, ela abriu a porta do taxi e entregou um papel ao motorista: "Alameda dos Tupiniquins - 480". Entrou no ônibus com o mesmo destino dela, chegaram juntos.
Rapidamente a moça já estava situada em uma grande sala. O homem havia ficado na rua, degustando seu cigarro, como sempre fazia antes de subir os dois lances de escada.
Por "Erros do Coração" Bette Davis entrou em cena antes dele. A crise da atriz no filme era a mesma da, igualmente atriz, na platéia. Uma fingia ser frente as câmeras e a outra, frente ao espelho. Ele surgiu, ninguém viu. Sentou e ajeitou o quadril na cadeira, olhou pro lado e a viu. O homem reparou a elegante beleza que a mulher propunha para todos. Aqueles cabelos sedosos e aquela boca carnuda faziam com que qualquer homem se apaixonasse. Ele sabia que tudo naquela moça era de verdade e que, com aquele olhar de angústia, ele a invejava com todas as suas forças. Bebeu todas que conseguiu, e as que não desceram, cuspiu. Ficou ali entre a mulher e o copo, optou pelo segundo.
A manhã seguinte não foi muito agradável. Sua cabeça estava doendo muito e a obra que estavam fazendo na frente de sua casa não ajudava em nada. Tomou uns dois ou três comprimidos de um remédio para aliviar sua ressaca. Não funcionou. Naquele dia, o homem ficou deitado o tempo inteiro tentando lembrar do que havia feito na noite passada.Ela levantou bem disposta e bem vestida: camisola de seda, pantufas e um cigarro no caminho para a cozinha. Tomou seu café, pão e leite, como fosse um manjar matutino. Lembrou do homem.
Durante os próximos dias, o homem não saiu de casa. Ficou deitado na mesma posição que estava no dia da ressaca, pensando na linda mulher que vira. Não conseguia deixar de lembrar daquele olhar de canto, meio de despreso, que havia recebido pela mulher. ''Aqueles olhos atiraram em mim como um fuzil'', pensou o homem enquanto fumava. Ela ligou a vritola e colocou Ponteio, com Edu Lobo e Marilia Medalha, cantou com a alma. Ele, deitado.
O homem se revoltou, esclareceu umas poucas e boas com o seu reflexo, gritou tudo o que tinha para gritar e xingou tudo o que tinha para xingar. Depois pegou sua caixa de charutos cubanos retirou um e o acendeu, acalmou-se. Decidiu que o silêncio interno lhe bastava, arrumou meia duzia de palavras, decorou-as e saiu. Saiu de si e de casa, foi. A moça ficou em casa, ouvindo seus LP's olhando as núvens de sua janela. Ela também saiu, sumiu de sua cabeça e foi para outro mundo, um mundo onde esqueceria daqueles olhos angustiados.
A complexidade de um vazio é a entrada de um grão, ambos sabiam. Ambos temiam. Ambos não sabiam amar, não quiseram aprender. Preferiram viver uma vida de solidão e apatia.
Aconteceu que num domingo qualquer ele foi ao parque, ela também. Ele levou um rádio de pilha, ela um livro de Capote. Os dois sentaram na mesma arvore, um de cada lado. O homem ligou seu rádio e a mulher abriu seu livro. O som a incomodou, e foi por isso que eles se encontraram, embora ja tivessem se visto. A moça, um pouco agressiva, foi até o outro lado da arvore e reclamou do barulho que não a deixava ler. O homem ficou sem palávras.
As partes se defaziam pelo todo, estavam entregues. A mulher ficou encarando o homem que não falava nada. Ela não parava de olhar nos olhos dele, olhos de angustia. E ele continuou espantado, sem falar nada. Ela acabou sentando do lado dele. Afinal, o amor é passível de sentido?
Postado por Pedro Alcamand Mota (05/09/2010 a 19/10/10)
Sobre o Caos
No fim das contas, nada importa realmente.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Tiririca
"Cê vota no palhaço e elege os marginal"
(No Caso os marginais são os mensaleiros que estratégicamente contrataram um marqueteiro que fez o candidato Tiririca. Através dos votos que sobrarem de Tiririca e passarão para o partido e coligação, Genoíno e sua troupe vão estar de volta ao congresso pra roubar o meu, o seu, o nosso dinheiro.)
Lucas sobre Dilma
Dilma, penso eu, é uma incógnita. Não veio do povo, veio da luta. Luta que, sem me prender aos méritos e justiças, foi incisa e disposta. Batalhou pelo fim de uma idéia, embora impusesse de forma ou outra, os seus ideais. O vínculo com o Partido dos Trabalhadores é e não é bem caracterizado, seus princípios outrora comunistas, se perderam num regime de falsa oposição: uma esquerda que mais se assemelha a uma direita "liberal". Dilma não é movida por vontade própria, se tornou objeto de um sonho e, visto isto, acabou como sombra do atual presidente. Tem personalidade forte, mas exerce uma branda e teatral doçura. Fala para o povo quase como seu antecessor (a eleição caminha para uma segura e confortável vitória) mas, me digam, ela tem o carisma necessário para um governo populista? Sou contrário ao Estado, mas enquadrando ao regime, me pergunto se o desejo dela estaria em sincronia ao clamor geral, concluo que não. Dilma Rouseff tem traços obscuros, um olhar frio, uma voz impositora. Ligá-la a Luís Inácio é quase como relacionar José Serra a Fernando Henrique Cardoso, impossível. A insistência petista em mostrar ao povo o clone do "filho do Brasil" na carne da ministra pulso-firme, é das mais pífias mentiras. Ela e ele são opostos de uma mesma escola, regidos por um mesmo conceito (e Fidel pode confirmar isso), buscando um mesmo fim: dominar a política brasileira.
Um 'cadin' de prosa...
Após bater aquele mega prato de feijão tropeiro com arroz soltinho, carne de panela e uma mandioca frita, o destino certo era certamente ir até àquela rede que estava flertando comigo desde antes do almoço. Deitei e logo na rede ao lado tava meu primo Raphael, que também tinha repetido o almoço umas 2 vezes, pitando um cigarro de palha. Minha vontade era de dormir profundamente, pois de acordo com a inércia, depois do almoço, o mais normal seria dormir até o vigésimo sono...mas não foi o que aconteceu. Assim que eu sentei à rede, Raphael desandou à falar:
André Duarte Braga (Participação no blog de 13/09/10 a 30/10/10)
Zeca Baleiro em foco
"eu não sou playboy
eu não sou plebeu
não sou hippie hype skinhead
nazi fariseu
a terra se move
falou galileu
não sou maluco nem sou careta
minha tribo sou eu"
Silêncio Abstrato.
Acho que uma das maiores dicas que posso dar aos amigos é: Falem. Falem sempre. Falem tudo. Converse, pergunte, se interesse, participe, entenda e compartilhe tudo o que puder com a pessoa que está ao seu lado. Não queiram esperar até a hora que a relação não tiver mais jeito de ser retomada para tentar mudar, porque ai com certeza vai ser tarde demais e você vai se arrepender por não ter feito tudo isso antes.
Quando você aprende a amar seu parceiro como você ama um amigo, ou seja, sem cobrança, com aceitação, sinceridade, desprendimento e doação. Sexo é a parte quente, colo é a parte aconchegante e passeios são a parte êxtase. E todo o resto vem mais feliz.
Fica mais fácil você não brigar, afinal você entende que seu amor não é seu clone aperfeiçoado. Você entende melhor e ouve mais, você perdoa mais fácil aquele dia de cão que vocês se despediram com um simples beijinho ao invés de deitar no colo um do outro e desabafar.
E pare com essa nóia de que só porque ele(a) não quer conversar ele(a) te odeia. Cada um reage de um jeito a 'N' coisas. Fica mais fácil entender, agradar, deixar a entender o que você quer quando você perde o medo de usar da sinceridade e conversa, ao invés de ficar com especulações, síndromes de perseguição e vingancinhas, o relacionamento fica mais leve, franco, entregue, sintonizado.
Experimente... O máximo que pode acontecer é vocês perceberem que o amor não é compatível com as suas expectativas e o relacionamento acabar.
Olhos abertos no escuro
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Movimento vandativista
''Eles nem chegaram ao poder, mas já se sentem acima dele. A Lei Eleitoral n° 12.034 permite a colocação de cavaletes, bonecos, cartazes ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. Mas não é isso que certos candidatos estão fazendo. A mesma lei proibe ainda a colocação de propaganda eleitoral de qualquer natureza em árvores e nos jardins localizados em áreas públicas. De novo, regras pouco respeitadas pelos candidatos.
Não existe político que esteja acima da lei. E, ainda que a fiscalização insista em fazer vista grossa, nós do Movimento Vandativista sabemos fazer política antes das eleições. Somos um movimento apartidário, não temos preferência por nenhum candidato. Nós só não vamospermitir que a impunidade já comece antes do mandato, seja de lá de quem for. Quem passar por cima da lei para se autopromover está sob sério risco de sofrer retaliações – pixações, incêndios e afins.''
Postado por Pedro Alcamand Mota (05/09/2010 a 19/10/10)
Situacionismo I - O que é?
Situacionismo é um movimento europeu de crítica social, cultural e política que reune poetas, arquitetos, cineastas, artistas plásticos e outros profissionais. Seu início data de julho de 1957, com a fundação da Internacional Situacionista, em Cosio d'Aroscia, Itália. O grupo se define como uma "vanguarda artística e política", apoiada em teorias críticas à sociedade de consumo e à cultura mercantilizada. A idéia de "situacionismo", segundo eles, se relaciona à crença de que os indivíduos devem construir as situações de sua vida no cotidiano, cada um explorando seu potencial de modo a romper com a alienação reinante e obter prazer próprio. Do ponto de vista da reflexão, as principais fontes dos situacionistas são utopistas como Charles Fourier e Saint-Simon, hegelianos como os filósofos alemães Ludwig Feuerbach e o jovem Karl Marx. O clima intelectual e político francês dos anos 1950 e 1960 alimenta o movimento, que, por sua vez, auxilia a redefinir os contornos da época. A tradução francesa de História e Consciência de Classe, de Georg Lukács, a edição dos dois primeiros volumes da Crítica da Vida Cotidiana, de Henri Lefebvre, as reflexões dos pensadores da Escola de Frankfurt, e as revistas Socialismo e Barbárie e Argumentos, entre outros, marcam a reflexão social, cultural e política do momento, apontando para os efeitos perversos do capitalismo avançado, bem como para a necessidade de alterar a ordem social pela reinvenção da vida cotidiana. A utopia maior que norteia o situacionismo é a projeção de uma sociedade comunista próxima aos ideais anarquistas, capaz de ser alcançada pela recusa radical do autoritarismo de Estado e da burocracia.
Às reflexões teóricas os situacionistas associam uma série de intervenções - distribuição de panfletos, declarações, envio de telegramas etc. - com o objetivo de marcar com clareza suas posições sociais, culturais e políticas. No âmbito da atuação política, o grupo se engaja em formas de apoio aos movimentos de contestação que ocorrem na época. Apóiam as revoltas das comunidades negras de Los Angeles, Estados Unidos, em 1965; as iniciativas operárias, fora dos sindicatos e partidos; as atividades de autogestão e os conselhos operários criados na Espanha e Argélia; o movimento estudantil e os acontecimentos de maio de 1968, suscitados com a contribuição do grupo. Do ponto de vista artístico, as principais fontes do movimento são o dadaísmo e o surrealismo - sobretudo pela conexão por eles defendida entre arte e vida - e o letrismo1 do poeta romeno Isidore Isou e do pintor francês Gabriel Pomerand. Frutos de dissidência no interior do letrismo, A Internacional Letrista e o boletim Potlach, 1954/1957, criados por Michèle Bernstein, Mohamed Dahou, Guy Debord, Gil Wolman, entre outros, desenham um primeiro esboço das teses situacionistas. A intenção estratégica de Potlach, segundo Debord, um dos expoentes do movimento, é promover a "reunificação da criação cultural de vanguarda e da crítica revolucionária da sociedade". E a Internacional Situacionista, afirma ele, em 1985, "é criada sobre essa mesma base". Articulações entre arte e vida, arte e política, arte e cidade, são alguns dos eixos do letrismo internacional retomados pelo situacionismo. Trata-se de ver a poesia, "para lá da estética", nos rostos dos homens e na forma das cidades, anuncia o nº 5 do Potlach, 1954. "A nova beleza", dizem eles, "será de SITUAÇÃO, quer dizer, provisória e vivida." A idéia de realizar intervenções no ambiente, cara aos situacionistas, já está posta. Práticas como a "deriva", a "psicogeografia" e o "desvio" defendem as perambulações ao acaso pela cidade e estimulam as reinterpretações do espaço com base na experiência vivida (ver o Guia Prático para o Desvio, 1956, de Wolman e Debord). As práticas e intervenções no espaço urbano têm como fonte a crítica da vida cotidiana; por isso o urbanismo e a arquitetura constituem dimensões fundamentais para letristas e situacionistas.
Fonte do Texto
(In) Comensurável Saudade.
É só uma falsa saudade.
Vai ter sempre esse aspecto, de querer tomar de volta algo que não se tem e de não notar o que deveria ter notado.
Era preciso ter notado várias coisas. Era preciso ter notado o beijo que eu não dei, ou o que eu quis dar, mas você se recusou implicitamente ao fingir que fazia alguma coisa que era importante. Não me importa. Só me importa que eu também fingi muitas coisas para conseguir manter essa nuvem branca dentro de mim que foi ficando nublada aos poucos. Você fez com que a condensação despencasse em tórridas gotas de chuva, de dentro de mim para dentro de você.
O dolo não parou por aí. Então eu me bloqueei. Eu me poupei de você e de todo esse abraço gigante que me envolvia e ao mesmo tempo me sufocava.
Não era o que eu queria. Eu só desejei alguém que não me abraçasse com falso moralismo, prometendo Deus e o Mundo enquanto o Deus é meu e o Mundo é só seu. Eu nunca prometi nada, e muito menos prometi o que não podia dar.
Eu nunca pude dar nada, mas eu oferecia o que saía sinceramente de mim, chame você isso de atenção, chame eu isso de amor.
Finalmente tudo despencou muito antes do que eu imaginei. Era a pena que corroia meu estomago, meus rins e meus pulmões, impedindo que meu sistema nervoso digerisse qualquer informação. Não era normal a normalidade que me consolava, já que eu não sou normal; de normal já bastam os outros. Tudo ficou dentro da porcentagem oferecida pelo inverso proporcional que eu encontraria em uma regra de três, mas eu não sei porcentagem. Eu sei de mim. Eu sabia de você.
Ao fim e ao cabo, sei que as bordas não foram comidas, mas sim corroídas por uma coisa que eu não sei nomear. Sobrou o recheio, sobrou essa coisa que fica aqui no meio que eu também não sei nomear, já que as más línguas dizem que não tenho coração. E não tenho.
O que tenho é um cérebro que faz com que o resto de meu corpo funcione e junto com ele o coração. E todo o sentimento que eu sinto por você não saiu do meu peito, saí da minha cabeça.
Eu vou mentir saudades até encontrar uma solução para esse problema que não existe. Não existe porque fiz questão de deixar que você exista. Mesmo de longe eu sei de todos os seus passos, e eu sei que a mentira é apenas uma das saudades que você sente.
Sophia Loren em foco
Anarkilópolis
domingo, 26 de setembro de 2010
Adoniran Barbosa e seu Trem das Onze
Ulrike Meinhof em foco
"Protesto é quando eu digo que não concordo com uma coisa. Resistência é quando faço com que coisas das quais eu discordo não aconteçam mais."
Deze7.
Hoje é meu dia de egoísmo,
Mas quem não gosta de ser lembrado e receber votos de felicidades?
É somente mais um 26 de Setembro qualquer,
Mas, pra mim não é um dia comum.
Hoje é meu aniversário.
Estive aqui confabulando comigo mesmo,
Insano ou normal?
Pois estou me desejando feliz aniversário...
Nunca achei que iria desejar-me felicidades por estar ficando mais velho.
Mas acabei de fazer isso!
Será insegurança diante da vida?
Será uma maneira de lembrar que mais
Um ano se passou, e eu continuo aqui?
Será uma dádiva a agradecer?
Francamente não sei dizer...
Mas prefiro ficar com a última opção...
Os momentos tristes que tive,
Tornaram-me maior e mais forte.
Minha alma de menino continuará amando
Sem medo de se entregar.
E que eu possa no ano vindouro,
Parabenizar-me novamente.
Então Rafael, parabéns!!!
Feliz aniversário pra mim!!!
Afinal, eu mereço!!!
Eu quero!!!
Eu preciso!!!
sábado, 25 de setembro de 2010
Hitler não morreu, fugiu para a Argentina...
A Argentina pode ter sido o destino de Adolf Hitler depois que Berlim caiu em poder dos russos em abril de 1945. É o que diz a pesquisa de um jornalista de Buenos Aires que tenta recriar a vida do ditador nazista no pós-Segunda Guerra Mundial.
O destino de Adolf Hitler em meados de 1945, quando a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) chegava ao seu fim, continua sendo um dos mistérios da história contemporânea. Muitos pesquisadores consideram que o suicídio do líder nazista foi "uma magnífica fraude" planejada detalhadamente.
A versão oficial diz que Hitler desistiu de fugir de Berlim apesar das sugestões de seus mais leais colaboradores e se suicidou em 30 de abril de 1945 com um tiro junto com sua amante, Eva Braun, no gigantesco bunker que os alemães construíram sob o edifício da Chancelaria, a mais de dez metros de profundidade.
Esta história, por décadas repetida como certa, se sustenta principalmente na reconstituição feita pelo major britânico Hugh Trevor-Roper, que em 1945, após a rendição da Alemanha e o iminente início do julgamento de Nuremberg, foi incumbido de investigar se o líder do Terceiro Reich realmente tinha morrido.
Os resultados dessa investigação foram reunidos em um relatório que os aliados rapidamente consideraram como "definitivo" e que foi baseado fundamentalmente em depoimentos que Trevor-Roper recolheu entre os nazistas que acompanharam Hitler no que teriam sido suas últimas horas de vida.
Fonte da NoticiaFonte da Imagem
5 músicas para o fim de semana
Importante:
André Duarte Braga (Participação no blog de 13/09/10 a 30/10/10)
Elis Regina em foco (Em crítica de Daniel Más)
Crítica de show assinada por D.M. (Daniel Más), publicada na revista Status de fevereiro de 1975. Daniel faleceu em 1989.
Pra você
(:
Justin Kim
A República "Democrática" da Coréia (Vulga Coreia do Norte hahaha)
Com pouco mais de 20 milhões de habitantes - mais ou menos a população da cidade de São Paulo - o pequeno país ao sul da Manchuria abriga o maior exército do mundo com mais de 7 milhões de soldados em serviço. A Coréia do Norte é o Jurassic Park do socialismo stalinista. O governo é uma ditadura do Partido dos Trabalhadores da Coréia, de fundamentação marxista, que segue uma ideologia denominada idéia Juche - uma derivação do Stalinismo - criada pelo fundador do regime Kim Il Sung. O "grande líder", Kim, assumiu o trono, ops, o poder, logo após a segunda guerra mundial, outorgado pela URSS. Foi o responsável pela promoção de um culto a personalidade que hoje praticamente substituiu qualquer ideário socialista que tenha restado no país.
Ditadores do leste europeu como Ceausescu, chegaram a ir até Pyongyang - capital da nação de Kim - para descobrir qual era o segredo do sucesso do regime Juche que havia conseguido promover uma lavagem cerebral na população a níveis Orwelianos. Nas escolas, praças, hospitais, fábricas e todos os cantos que se possa imaginar era possível encontrar uma imagem do ditador Kim Il Sung. Uma estátua de aproximadamente 20 metros do dito cujo se localiza no centro da capital hoje e todos os domingos os cidadãos vão "voluntariamente" prestar culto à imagem do camarada.
Até mesmo lendas místicas eram inventadas para florear a imagem do "pai da nação":
"Dizem que certa vez Kim Il Sung estava em uma batalha contra os norte americanos e se encontrava desarmado no campo. Então Kim pegou uma pinha e jogou contra o batalhão dos EUA e esta pinha se transformou em uma bomba e matou todos os soldados."
A Coréia do norte era uma das vitrines do comunismo durante a guerra fria pois fazia frente a sua irmã a República da Coréia ou Coréia do Sul, alinhada com os Estados Unidos. Quatro quilômetros de campo minado, 14.000 mísseis norte coreanos, arames farpados, canhões, tanques e varios outros brinquedos de guerra separaram e separam os dois países nos dias de hoje.
Com o fim do bloco socialista oriental, a Coréia do Norte perdeu seus subsídios fornecidos pelos bolcheviques russos e começou a passar por maus bocados. A miséria e a decadência passaram a fazer cada vez mais parte do dia a dia da população - não que não fizessem antes. Para completar as desventuras no início dos anos 90 morre o idolatrado Kim Il Sung. Mas pensam vocês que ele deixou o poder? Jamais! "Kim nem morlto deixa o podel!" Hhahahaha. Kim Il Sung até hoje é presidente da Coréia do Norte. Reza a lenda que os passaros celestiais não vieram busca-lo após a morte de tão bom presidente que ele era. A história oficial diz que ele ainda está vivo dentro de seu mausoléu.
O governo oficial passou para a junta militar que preside o país e foi nomeado como chefe da junta o filho Kim Il Sung, Kim Jong Il (Monarquia Hereditária?) que ameaça hoje o Japão, Coréia do Sul e os EUA com seu programa nuclear.
Reparem na "cara de felicidade" dos trabalhadores e na alegria dos membros do Partido Comunista.
Mas enfim, quem sabe Justin Bieber não dá um colorido diferente a esse lugar tão sombrio que é a República Democrática Popular da Coréia?
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